Mendel,
o iniciador da genética
Gregor Mendel nasceu em
1822, em Heinzendorf, na Áustria. Era filho de pequenos fazendeiros e, apesar
de bom aluno, teve de superar dificuldades financeiras para conseguir estudar.
Em 1843, ingressou como noviço no mosteiro de agostiniano da cidade de Brünn,
hoje Brno, na atual República Tcheca.
Após ter sido ordenado monge, em 1847, Mendel ingressou na Universidade de Viena, onde estudou matemática e ciências por dois anos. Ele queria ser professor de ciências naturais, mas foi mal sucedido nos exames.
De volta a Brünn, onde passou o resto da vida. Mendel continuou interessado em ciências. Fez estudos meteorológicos, estudou a vida das abelhas e cultivou plantas, tendo produzido novas variedades de maças e peras. Entre 1856 e 1865, realizou uma série de experimentos com ervilhas, com o objetivo de entender como as características hereditárias eram transmitidas de pais para filhos.
Em 8 de março de 1865, Mendel apresentou um trabalho à Sociedade de História Natural de Brünn, no qual enunciava as suas leis de hereditariedade, deduzidas das experiências com as ervilhas. Publicado em 1866, com data de 1865, esse trabalho permaneu praticamente desconhecido do mundo científico até o início do século XX. Pelo que se sabe, poucos leram a publicação, e os que leram não conseguiram compreender sua enorme importância para a Biologia. As leis de Mendel foram redescobertas apenas em 1900, por três pesquisadores que trabalhavam independentemente.
Mendel morreu em Brünn, em
1884. Os últimos anos de sua vida foram amargos e cheios de desapontamento. Os
trabalhos administrativos do mosteiro o impediam de se dedicar exclusivamente à
ciência, e o monge se sentia frustrado por não ter obtido qualquer
reconhecimento público pela sua importante descoberta. Hoje Mendel é tido como
uma das figuras mais importantes no mundo científico, sendo considerado o “pai”
da Genética. No mosteiro onde viveu existe um monumento em sua homenagem, e os
jardins onde foram realizados os célebres experimentos com ervilhas até hoje
são conservados.
Os
experimentos de Mendel
A
escolha da planta
A ervilha é uma planta
herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da soja. Na
reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como
material de experiência não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo
reprodutivo curto e que produz muitas sementes. Desde os tempos de Mendel
existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de características de fácil
comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia ser comparada
com a que produzia flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser
comparada cm a que produzia sementes rugosas, e assim por diante. Outra
vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes envolvidos na
reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor,
protegidas pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a
autofecundação, formando descendentes com as mesmas características das plantas
genitoras.
A partir da autopolinização,
Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as
características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor,
plantas de flores de cor de púrpura sempre produziam como descendentes plantas
de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo com o cruzamento de plantas cujas flores
eram brancas. Mendel estudou sete características nas plantas de ervilhas: cor
da flor, posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente,
forma da vagem, cor da vagem e altura da planta.
Leis
de Mendel
Primeira Lei de Mendel: Lei da Segregação dos Fatores
A comprovação da hipótese de
dominância e recessividade nos vários experimentos efetuados por Mendel levou,
mais tarde à formulação da sua 1º lei: “Cada característica é determinada
por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde ocorrem em dose
simples”, isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um
fator.
Mendel não tinha idéia da
constituição desses fatores, nem onde se localizavam.
As bases celulares da
segregação
A redescoberta dos trabalhos
de Mendel, em 1900, trouxe a questão: onde estão os fatores hereditários e como
eles se segregam?
Exemplo da primeira lei de Mendel
em um animal
Vamos estudar um exemplo da
aplicação da primeira lei de Mendel em um animal, aproveitando para aplicar a
terminologia modernamente usada em Genética. A característica que escolhemos
foi a cor da pelagem de cobaias, que pode ser preta ou branca. De acordo com
uma convenção largamente aceita, representaremos por B o alelo dominante, que
condiciona a cor preta, e por b o alelo recessivo, que condiciona a cor branca.
Uma técnica simples de
combinar os gametas produzidos pelos indivíduos de F1 para obter a
constituição genética dos indivíduos de F2 é a montagem do quadrado
de Punnet. Este consiste em um quadro, com número de fileiras e de colunas que
correspondem respectivamente, aos tipos de gametas masculinos e femininos formados
no cruzamento. O quadrado de Punnet para o cruzamento de cobaias heterozigotas
é:
Um
pouco mais sobre a 1ª Lei de Mendel
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